1 de mai. de 2011 5 comentários

Experiências

Eis que depois de uma semana de trabalho extremamente caótica, chegava o feriado prolongado. Depois de algumas horas de estrada, e novamente o jovem Arcanjo se retornava pra sua cidade natal, encontrar com sua família, rever os amigos, e recuperar as energias.

Como de costume, encontrou-se com a Lê e dessa vez sua afilhada Mariana também foi passear com eles. Ao passar em uma farmácia pra comprar uma lata de leite, Lê encontrou um amigo que ao se despedir desejou "felicidades pra vocês!"
"Lembra uma vez que eu te falei Arcanjo, de um amigo que tinha uma bunda gostosa?"
"Foi a primeira coisa que eu percebi... OBRIGADO MARIANA por estragar as minhas chances se passando por minha filha!" respondeu ironicamente o Arcanjo, que arrancou gargalhadas das duas.

Foram os três pra casa de um casal de amigos, pra que eles conhecessem a princesinha da galera. E no dia seguinte marcaram pra comer alguma coisa e beberem na casa de seu compadre.
Num momento mais tranquilo, em que estavam mais a vontade, o Arcanjo contou com todos os detalhes da festa da semana anterior.

"Lê mas eu ainda NÃO CONSEGUI tirar da minha cabeça aquele sorriso capaz de derreter um iceberg... LÊ O QUE É QUE TA ACONTECENDO COMIGO?"
"Olha Arcanjo, acho que você ja tá preparado de novo pra se envolver com alguém."
"Será? Lê, isso nunca me aconteceu antes... nunca fiquei com essa fixação por ninguém antes... nem com a Flora [Flora acabou sendo o 'apelido carinhoso' que os amigos do Arcanjo deram pro seu ex namorado Reinaldo] foi assim..."
"Arcanjo, fica assim não que o que tiver de ser, vai ser... Se encontrar com ele na balada tenta investir... Não custa né?"
"É... você ta certa..."

Curtiu o restante do feriado na companhia de sua família, e ao retornar pra capital, pela primeira vez encarou um engarrafamento.

A semana seguia normal, até que um dia após o expediente uma ligação de um de seus amigos de sua cidade.
"Fala Arcanjo, desculpa ta te ligando a cobrar, mas é que eu preciso muito falar contigo..."
"E ae cara... o que acontece? Alguma coisa grave?"
"Arcanjo, Preciso saber se posso confiar em você..."
"Uai, claro cara... o que acontece?"
"Arcanjo, preciso te contar uma coisa, mas você não pode contar isso pra ninguêm da galera... Nem pra Lê, que eu sei que vocês não tem segredos um com o outro."
"Ta bom eu não conto, mas o que é que eu não posso contar pra ninguém?"
"Quando que você volta?"
"Agora acho que só no final de semana do dia das mãe, mas conta logo o que ta acontecendo que eu já to ficando aflito."
"Olha Arcanjo, bom... (uma pausa) eu to querendo experimentar."
"Experimentar o que criatura?"
"Eu to com vontade de experimentar como é sexo com outro cara... E eu preciso que você me ajude..."
"Como você quer que eu ajude?"
"Olha Arcanjo, preciso desligar mas quando você voltar a gente conversa melhor..."
"Perai..." e sem que pudesse falar mais nada a ligação caiu. E sem respostas o Arcanjo desistiu de tentar ligar novamente para seu amigo, e pensou consigo mesmo:

"Gente, será que ele ta querendo transar comigo... MAS PORQUE LOGO EU?"
17 de abr. de 2011 2 comentários

Lua cheia, Baladas e Flertes

Era um sábado com uma belissima lua cheia. E depois de um tempo reservado longe de baladas e agitação pra poder refletir, o jovem Arcanjo decidiu que nessa noite não iria ficar em casa por nada no mundo.

"Meu... Faz tanto tempo q eu não saio... to precisando mesmo curtir um pouco.... ver gente... Senão eu entro num momento Amy Winehouse e isso não vai prestar..."

Nos dias anteriores estava meio chateado de ter conhecido um rapaz bacana, mas que (novamente) não havia passado do segundo encontro. Jonas não tinha dado nenhum sinal de vida desde que conversaram quando estava na Itália.

"Acho que volto com tempo pro seu aniversário..."disse Jonas pelo chat do Facebook, mas desde entao nenhum sinal de vida.

Comemorou seu aniversário duas vezes... uma num happy hour com seus colegas de trabalho no dia do seu aniversário, e no final de semana seguinte com os amigos de sua cidade, fazendo um lual em uma pedreira... Mas já estava ficando desanimado com o estresse do trabalho, e a ultima tentativa vã de resolver sua vida afetiva decidiu que nessa noite de sabado ia tentar se divertir um pouco.
Arrumou-se e resolveu ver como havia ficado a reforma da Josefine. Chegando lá, as reformas ainda não estavam totalmente concluidas... impressão de que sentia um cheiro de cimento ainda pairava no ambiente, mas a iluminação ficou ótima.

"Isso porque tá funcionando 'em carater experimental'... mas ta ficando bacana."

No entanto naquela noite a boate estava vazia... pouquíssimas pessoas, menos ainda o numero de pessoas interessantes, mas percebeu que uma olhada pra um desses poucos interessantes pareceu ser correspondida.

"Impressão... ele ta acompanhado. Melhor deixar quieto."

Constatou que aquele que acompanhava o rapaz com aproximadamente sua idade, pele clara, cabelo castanho médio, olhos castanhos, um corpo normal, e de camisa xadrez era apenas um amigo. Decidiu que iria investir, mas primeiro foi buscar uma bebida. Curiosamente nessa noite não bebeu nenhuma dose da costumeira tequila. Buscou pra si uma dose de vodka e energético, mas quando voltou não encontrou o rapaz. Foi pro novo fumódromo improvisado (melhor que o antigo "chiqueiro") e lá se encontrava o rapaz... dessa vez realmente acompanhado.
Estava aos beijos com um rapaz com aproximadamente seus 30, 35 anos, claro, cabelos pretos, olhos castanhos, uma barba por fazer ligeiramente maior que o rapaz que estava em seus braços, e ligeiramente mais baixo também.

"É Arcanjo... não deu... paciência..."

E acabou fazendo amizade com uma morena, que havia vindo do Rio de Janeiro. Se jogou na pista com outros rapazes que conheceram por lá e ficaram até o fim da balada, que terminou bem mais cedo por causa do publico reduzidissimo. Pensava em ir pra casa, afinal estava aborrecido com a balada na Josefine, mas Vanessa acabou o convencendo a ir com eles pra um after que iria acontecer ali próximo. "Não tenho nada a perder mesmo... só vou pegar leve com a conta lá... porque aqui gastei bastante." E foram... Alguns minutos em frente a UP, lugar que não conhecia e começaram a entrar pro after. E descobriu também o motivo do publico reduzido: rolava uma outra festa particular. De uma tal Lili. Sem contar que também estava rolando o Axé Brasil. Entraram e no after ja tinha se conformado que acabaria nao ficando com ninguém.

"Vou ficar só um pouco e vou embora...".

Acabou investindo em um rapaz que estava na Mary in Hell, que o Arcanjo apenas conhecia por nome, mas nunca teve curiosidade de conhecer. Vanessa tentou ajudar, mas não rolou nada.

"Pelo menos DESSA VEZ você tentou Arcanjo!"

Mais uma volta e no fumodromo acabou encontrando com o casal formado na festa anterior, o amigo e seu respectivo rolo. E riam de uma bicha bêbada que fazia graça acabou ficando conversando com eles. Mas o curioso é que mesmo acompanhado o rapaz pelo qual o Arcanjo havia se interessado, que acabou descobrindo que se chama Walter, lhe dava constantes sorrisos, alguns movimentos com as sombrancelhas, e algumas piscadelas.

"Nem preciso ser tão bom assim em leitura corporal pra perceber que ele ta te dando mole Arcanjo. Mas provavelmente ele não vai deixar de ficar com o outro cara pra ficar contigo."

E em um momento que iam sair pra buscarem uma bebida, Walter ficou de costas pro Arcanjo, e não pareceu lhe incomodar o contato. Como se tivesse sido intencional... Acabou encontrando com um amigo que fizera, coincidentemente chamava-se Anderson. Já haviam ficado em outra ocasião, mas dessa vez apenas ficaram conversando, e ficaram abraçados enquanto conversavam. Supriu de certa forma uma dose de carinho que lhe fazia falta. Um tenro abraço de amigo. Naquele ponto do after, o fumódromo era o melhor ambiente da festa. Uma troca de olhares com um rapaz descamisado, um corpo malhado, um corte de cabelo arrojado, e uma tatuagem de Nossa Senhora, mas dessa vez o feeling não indicava que haveriam chances.

"Domingo é dia de? LAZANHA" brincava o descamisado com um de seus amigos.

Dessa vez sentindo que seu corpo ja começava a sucumbir ao cansaço, o Arcanjo pagou sua conta, e ao indicar seu destino ao taxista, se deu conta de que era meio dia...

"Caraca! Tô há 12 horas na night!"

Chegou em casa, e Silvio, um dos companheiros da sua casa nova já preparava seu almoço.
"Bom dia Silvio!"
"Cara, você ta chegando AGORA?" perguntou espantado.
"Pois é... a noite teve boa hoje... Fazia tempo que não me divertia tanto!"

Conversaram mais algumas amenidades, sobre baladas, mas nao mencinou seu verdadeiro destino. Tomou um iogurte, em seguida foi tomar um banho, e ao subir pro seu quarto pegou a caixa de fósforos pra substituir seu isqueiro perdido, e ao relatar isso em seu diário ainda se perguntava:

"Eu ainda não to acreditando... Um cara LINDO como o Walter me dando moral? Deve ter alguma coisa errada... Mas se eu o encontrar novamente dessa vez eu ja vou chegar junto."
22 de jan. de 2011 2 comentários

Troféus

Mais um cansativo e estressante dia de trabalho havia se encerrado pro jovem Arcanjo. Havia combinado durante a semana de sair com alguns colegas de trabalho pra conhecerem a nova choperia que havia sido inaugurada para relaxarem, bater um papo, esquecer momentaneamente a constante pressão de resultados, de reclamações de clientes chatos e rirem um bocado.
"Eu acho que vou experimentar esse chopp de menta... será que é bom? vc traz um pra mim por favor?" pediu o Arcanjo. Foi acompanhado do seu supervisor na curiosidade de experimentar essa novidade. Uma porção de fritas, algumas piadas internas, histórias engraçadas e depois de uma conta razoavelmente barata, era hora de cada um ali ir embora pra casa ou algum outro compromisso que já havia sido programado.
Chegando na sua nova casa, não havia ninguém, e resolveu ligar pro John. Mas para sua surpresa e decepção ao realizar a chamada a voz eletronica da gravação informava que aquele numero não existia? "Como assim não existe?!?! Eu falei com ele semana passada!", e tentou outras duas vezes... e a mesma mensagem. Tudo bem que na semana anterior tentou combinar de se encontrarem novamente, mas ficou aguardando em vão que pudesse ter uma resposta.
Irritado, acendeu seu cigarro, e quando a brasa chegou ao final, pegou uma toalha e desceu pra um banho.

Enquanto a água escorria por seus cabelos e pelo seu corpo, fechou os olhos enfurecido diante da possibilidade de mais uma vez a oportunidade de se envolver com um cara realmente interessante escorrer ralo abaixo como a água que escorria.

Em algum lugar dentro das muralhas de seu coração, o Arcanjo agora caminhava em direção a uma imensa galeria. Abriu as portas e dentre a luxuosa decoração daquele salão, caminhava lentamente observando os quadros que ali se encontravam. Criado por seu orgulho, aquele lugar agora era sua sala de troféus... Para cada um daqueles quadros, uma pessoa que de certa forma ao passar pela vida daquele jovem, acabou marcando de alguma forma... e como dizia seu orgulho, uma grande conquista. Um troféu.
Com um rosto sério olhava para cada um daqueles quadros, e a memória trazia novamente as lembranças dos momentos bons pelo qual passara. Algumas breves, outras nem tanto, algumas bastante intensas... Caminhou lentamente com uma nova tela que carregava em seus braços, encontrou um espaço e pendurou o retrato daquele brasileiro com nome estrangeiro. Afastou-se e observou por alguns instantes aquele moreno de estatura mediana, um corpo muito trabalhado, e um rosto lindo que não transparecia a razoavel diferença de idade entre ele e o Arcanjo. Dentre os demais retratos daquela galeria, era o unico com uma diferença de idade relativamente maior que a sua... "Pensei que esses oito anos a mais fossem fazer a diferença com relação ao modo de pensar.... mas pelo que parece eu devo estar enganado. Espero que não."
Virou-se lentamente e por uns instantes encarou na parede principal, o lugar de destaque uma imensa moldura vazia... Moldura essa que fora preenchida por apenas dois daqueles quadros que agora se juntavam aos demais. "Você tinha grandes chances de estar nesse lado da galeria..."

Abriu novamente seus olhos, pegou uma toalha e juntamente com os restos daquela água retirou aqueles pensamentos de sua cabeça... Secou-se, colocou um pijama, e desceu para a cozinha... e daquele momento a unica coisa que ocupava sua mente agora era prestar atenção com sua comida... e pro final de semana? "Já que não me restam muitas alternativas mesmo, o que me resta é terminar de ler aquele livro novo... E falando em livros, não venha com conversinha na segunda feira, Arcanjo... O senhor vai voltar a fazer academia... Hora de cuidar de melhorar a capa. Pois no conteúdo sei que você se garante."
29 de dez. de 2010 3 comentários

Carta para o ano novo: SEJA BEM VINDO 2011

Olá 2011!

Cara, to apostando bastante fichas em você meu caro... Será que seus irmãos anos pares são sempre assim agitados? Lembrei da carta que escrevi pra seu irmão mais velho, 2007, e será que foi coincidencia que 2006, um ano par tenha sido injusto comigo?

Tá... injusto nem tanto, masseu irmão 2010 foi bem conturbado pra mim... mas não chegou a ser um ano de todo ruim. Tudo bem que ele foi o ano mais "montanha russa" da minha vida, por causa dos diversos altos e baixos, mas apesar de tudo acho que foi um ano de preparação pra quando finalmente nos encontremos. Me perguntei várias vezes se não estava vivendo numa novela ou filme de tanta coisa que me aconteceu.

Ainda no começo da vida do seu irmão 2010 de uma hora pra outra o Reinaldo ficou estranho, e eu não me vi com outra escolha a não ser ter terminado...
Arrependimento? Sim... eu me arrependi e tentei de várias formas fazer com que o Reinaldo pudesse voltar a ser o cara que era quando seu irmão 2009 me apresentou...
Mas seu irmão 2010 me fez ver a verdadeira pessoa por trás da máscara.
Uma pessoa de quem eu agora quero total distância.

Tá... eu admito que errei em ter continuado dividindo teto com uma pessoa que não fazia mais parte da minha vida, mas a punhalada que eu levei do Reinaldo pode até cicatrizar, mas vai ficar uma marca horrenda. Bom... depois disso eu fiquei frio, seco, e até mesmo um pouco egoista... Mas eu tentei ainda assim encontrar uma pessoa bacana, que pudesse deixar meu lado negro adormecido novamente.

Mas não consegui... Parece que agora mais pro final de sua vida, 2010 resolveu me apresentar novas oportunidades... mas ainda assim eu não vou baixar a guarda. Será que você consegue colocar em ordem as coisas na cabeça do Jonas? Ou quem sabe talvez acabe rolando alguma coisa com o John? Andei pensando e acho que ele tem chances de derrubar as muralhas do meu coração...

Mas não só de desgraças vão ficar as lembranças de 2010. Afinal nesse ano acabei conseguindo ter algumas condições de poder ter alguns luxos que nos anos anteriores dificilmente teria... Consegui comprar móveis pra mobiliar um quarto que nunca tive efetivamente, mas serão de grande utilidade no apartamento novo... Também teve as minhas férias que finalmente pude chamar de férias de verdade... pela primeira vez que eu viajo nas minhas férias... e adoreeei São Paulo. (Pena que não deu pra curtir tanto por causa da Mariana)
Falando em Mariana, uma das coisas mais gratificantes que seu irmão 2010 me ofereceu foi a oportunidade de ser padrinho dessa coisinha fofa que é a filhota da Lê...

Sabe 2011, to achando que pra mim você vai ser um ano de inumeras oportunidades. Afinal agradeça a seu irmão 2010 se eu vou ter muitas coisas pendentes pra resolver contigo, mas pelo menos, to com expectativas pois tem muita coisa que tá acontecendo que de certa forma eu to tendo a oportunidade de ter um novo começo...
19 de nov. de 2010 2 comentários

O jardim e os muros






Era uma noite fria e solitária na fortaleza que se tornara o coração do Arcanjo. Há tempos em que sua fortaleza estava abandonada, e o Arcanjo observava da janela do alto de uma das torres. "Acho que consegui realizar um bom trabalho com essas muralhas. Realmente impenetráveis." Mesmo depois da queda livre, ainda dava pra perceber claramente os danos causados por sua queda livre, quando o falso anjo que o levou ao mais alto dos céus e o abandonou numa queda vertiginosa.
"Desde que conheci o Anderson, e que ergui esta fortaleza sequer houveram cercos... Mas sei que essas muralhas encontram-se fortes. Só existe um general neste momento que eu permitiria atravessar os portões dessa fortaleza. Mas é dificil prever seus movimentos. Sei que o Jonas já demonstrou interesse nesse território, mas como prever seus movimentos? Quais suas verdadeiras intenções?"


Vagando pelos aposentos de sua fortaleza emocional, decidiu procurar seu diário. Releu várias páginas, e com isso teve convicção de que suas muralhas estavam mais fortes do que nunca estiveram. "É Arcanjo... Depois de tudo que você passou com o Reinaldo, depois dele te deixar cair em queda livre, e mesmo assim ainda conseguiu causar danos em seu coração, mesmo sem ultrapassar as muralhas, conseguiste desenvolver uma defesa excelente. Tudo que passou antes ajudou a erguer essas paredes... Mesmo que cada decepção fosse apenas um tijolo, esses tijolos juntos formaram uma parede."
E debaixo de seu diario, encontrou entre as pilhas de cartas de amigos que mesmo distantes, e sem ao menos conhecê-los sabia que podia contar com eles. A mesma distância nesse momento impedia um forte candidato a invasão dessas paredes também mantinha ausentes amizades de que poderiam lhe fazer extremamente bem. E dentre essas correspondências, uma em especial lhe chamou a atenção, pois um grande amigo de quem partilhou suas dores. "(...) Sei que se esforçou muito pra construir essas muralhas, Arcanjo. Mas tenho certeza de que por detrás desses muros, existe um belo jardim... esperando apenas pra ser cuidado. E aquele que conseguir transpor essa fortaleza, com certeza vai ser um cara que vai ser muito feliz!"
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Dedicando esse post ao meu amigo Max, que graças a uma única frase, me inspirou a escrever essa postagem.
Sim... eu to me esforçando pra me tornar uma pessoa mais racional, mas que por mais que meu coração esteja nesse momento meio "sombrio" bem no fundo vai permanecer o meu lado bom.
3 de nov. de 2010 0 comentários

Mudanças

Um entediante feriado chuvoso, e o rapaz conhecido por Arcanjo Misterioso finalmente consegue encontrar um pouco de inspiração e do meio da poeira procura novamente seu diário e procura uma forma de que encontre as palavras perfeitas pra expressar seus sentimentos. Fica um pouco apreensivo, pois dificilmente conseguirá transcrever de forma resumida todos os acontecimentos desses ultimos meses, que o levaram a sua atual circunstância.´Decidiu que posteriormente iria encontrar inspiração, e as palavras exatas pra poder se expressar. Que, por hora, focaria em narrar a paisagem atual que sua vida apresentava diante de si.

Na ultima discussão com seu ex namorado, não sabe o que o impediu de não arrebentar a cara do Reinaldo. "Tudo bem Arcanjo, vocês terminaram. Mas isso não dá o direito do Reinaldo usar a sua cama pra passar a noite com outro cara. É muita cara de pau!" Mesmo quase sucumbindo a vontade de partir pra agressão física depois de muitas ofensas naquela manhã de sábado em que teve de passar a noite na sala em um colchão inflável enquando seu ex namorado usufruia da cama box de casal que na época comprara pra dormirem juntos. "TÁ BOM REINALDO EU POSSO SER UM DESLEIXADO, POSSO SER INFLUENCIAVEL, OU ATÉ MESMO FRACO, MAS ESSAS CONDIÇÕES EU POSSO ME ESFORÇAR PRA MUDAR, DIFERENTE DE VOCÊ E DO SEU CARÁTER!" Gritava o Arcanjo na cozinha que logo em seguida reinava o silêncio. Arrastou sua cama box para a sala junto com o colchão e os demais pertences que ainda estavam no quarto. "Definitivamente Arcanjo: a maior burrada da sua vida foi achar que daria certo continuar morando nessa casa depois de terem terminado."

Depois dessa não restava mais nenhum sentimento bom com relação ao Reinaldo. Apenas ressentimento, ódio, ou quem sabe, pena.

Curiosamente os deuses do acaso fizeram com que essa discussão tivesse ocorrido uma semana antes de sair de férias. Aguentou firme essa semana que parecia durar uma eternidade. Essas férias serviriam como um refugio. Um mês pra recuperar as forças, e voltar totalmente revigorado pras batalhas que estavam por vir.

Um mês que passou extremamente rápido, mas foi sem duvida as melhores férias que já tivera em toda sua vida. Aproveitou a companhia de sua familia, curtiu bastante seus verdadeiros amigos, se permitiu desfrutar de uns dias de diversão na capital paulista, e acompanhou ansioso os ultimos momentos de gestação de sua afilhada (e se sentiu se como uma criança, de tão comovido ao carregar aquela pequena princesa). "Seja bem vinda ao mundo dos vivos, pequena! Aqui pode não ser tão gentil e acolhedor como na barriga da sua mãe, mas pode ter certeza de que tem muitas pessoas que vão te amar muito!" - pensou quando sua amiga Lê colocou ela em seus braços.

Mas infelizmente algumas batalhas podem até ser adiadas mas nao podem ser evitadas. Estava na hora de retornar ao tabuleiro do jogo da vida, em que os movimentos das peças não lhe são muito favoráveis. Então, mesmo ainda ferido era hora de recolocar sua armadura e enfrentar os novos desafios.
"Lembre-se Arcanjo, o mundo não para. Mesmo com algumas feridas que ainda não foram cicatrizadas completamente, prepare-se. Esses ultimos capítulos podem não ter sido tão bons contigo, mas sei que é possivel começar um capítulo novo... e capítulos ainda melhores do que qualquer um que já escreveste. E tenho certeza, Arcanjo: cada vez mais você vai se superar na arte de escrever a história de sua vida!"
12 de jul. de 2010 7 comentários

Muralhas

Mais um final de semana que o jovem Arcanjo decidiu retornar pra sua cidade. Aproveitou da carona de um colega de trabalho, rachou a gasolina e foram. Muito melhor do que ir de ônibus... além de ficar mais barato, ainda tinha companhia pra conversar, sem contar que não teria encheção de saco do passageiro desconhecido da poltrona do lado.

Entre um assunto e outro lembrava do que havia acontecido nas ultimas semanas, e que acabou deixando de relatar, talvez por falta de inspiração, ou talvez pela falta de retorno que seu diário tinha antigamente.

Nesses finais de semana depois da conversa com Anderson, percebeu que seu lado humano (e seu lado negro) estavam totalmente aflorados. Cansou de ser bonzinho, e não iria permitir que ferissem ainda mais seu coração, e envolveu-se em uma barreira emocional, tornando-se de certa forma frio e egoista. Iria dançar a mesma musica, e jogaria com as mesmas regras: nada de envolvimento, satisfaça apenas a si mesmo. Marcou um encontro, e conheceu duas pessoas na balada, e com o primeiro bloqueou do msn. O segundo inventou um número de telefone. E com o terceiro, sequer passou seu número.

Chegaram muito mais cedo do que se tivesse ido de ônibus, e até teria tempo pra sair com seus amigos. No entanto decidiu descansar, e ficar ao lado de sua familia. Se divertiram no início da noite na casa do Cássio (que depois de uns tempos sumido, resolveu sair da toca). Beberam até umas onze da noite, e depois seguiram pra um clube em sua cidade, onde haveria um show de uma banda cover do Pink Floid. Enrolaram por um tempo e quando o show começou, o deslocado Arcanjo se perguntava: "O que é que eu to fazendo aqui?!?! Só tá tocando as musicas que eu não conheço... E o pior, as mais depressivas."
Não podia negar, a banda era muito boa, mas se não fosse por estar com seus amigos, que havia tempos que não se reuniam, estaria dormindo.
Perambulando pelo salão do clube, comprou uma dose de vodka pensando que talvez o alcool pudesse tornar o show mais interessante. Ficou impressionado com a quantidade de caras interessantes nesse ano em que deixou sua cidade. "Putz, como melhorou o nivel por aqui heim... Mas de que adianta? Todos heteros..."
Reencontrou com sua galera, e quando a banda começou a tocar "Another Brick in the Wall" começou a pular como um doido junto com a massa. Tomando o máximo de cuidado pra não atingir a Lê (a futura mamãe da galera) finalmente estava começando a curtir o show. Logo em seguida a banda agradeceu a presença de todos e iniciou uma nova musica: "So, so you think you can tell, Heaven from Hell? Blue skyes from pain..."

O Arcanjo pegou seu isqueiro, e acendeu que foi a deixa pra que mais alguns outros isqueiros também fossem acesos. "Sim eu sei a diferença entre o céu e o inferno. Já estive nesses dois lugares..." e em sua cabeça pensava no que aconteceu na quarta feira antes da viagem.
Lembrou do que tinha conversado com Jonas, e ainda não conseguia acreditar que ele pudesse se sentir atraido pelo Arcanjo. E enquanto a tocava a musica, seu desejo era estar ao lado dele. Agitava sei isqueiro e quando a musica chegou no refrão pensava "Como eu queria que você estivesse aqui... É arcanjo, construiste ao redor de seu coração uma fortaleza, no entanto ela não e assim tão intransponivel"
 
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