10 de mai. de 2010

Um novo despertar

Eram 11 horas da manhã de um domingo lindo... E eis que o Arcanjo chega em casa, ainda embriagado.

- "Você sabe quantas horas são? Você não vai pra casa não?" liga seu ex, 2 horas antes.

- "Sei sim... não se preocupa não, eu to bem. Sério... Só to pegando uma grana e ja to indo pra casa" respondeu, de certa forma feliz em saber da preocupação demonstrada.

Devido ao horário, seus companheiros de casa já começaram o interrogatório.

E enquanto contava como foi a balada, podiam perceber um certo sorriso e um brilho nos olhos enquanto o Arcanjo relembrava os fatos da noite anterior.

Depois de um dia conturbado, apesar de ter saido, ido a uma reunião de familia de um de seus colegas de casa, pensando em tudo que estava acontecendo, decidiu que não iria pra casa, passar mais um sabado pensando em seu ex, nem que o cara que teria todas as condições de esquecer seu passado estava agora com outro. "Acho que estou precisando de um tempo pra mim mesmo. Vou sair um pouco, e eu vou sozinho. Não vou passar mais um sabado colocando ainda mais minhoca na minha cabeça."
E saiu, pegou o primeiro ônibus que passou, e nem mesmo o moleque birrento do banco do lado iria deixa-lo irritado. Desceu no centro, e como parecia que havia perdido o último ônibus, chamou um taxi, que ficou ainda mais barato que havia imaginado que seria.

Dessa vez, não tão cheia como na primeira vez em que outrora estivera, mas ainda assim tinha muita gente bonita. Só pra começar bem, chegou pedindo uma tequila, e dando uma cantada no barman, que como já esperava, não tinha dado em nada.

Mais algumas voltas, mais algumas cervejas, foi pro espaço destinado aos fumantes. Uma moça que estava lá tirou uma latinha de cigarros muito bonita, e a simples curiosidade de saber onde ela havia comprado foi a deixa pra conhecer as duas amigas, e elas o chamarem pra ficar com elas. Eram hetero, mesma idade do Arcanjo e no dia anterior havia sido aniversário de uma delas, e ao sairem do "curral" (como chamaram a area dos fumantes) Rosa chamou pra uma rodada de tequila pelo seu aniversário. "Arriba, Abarro, Ao centro, Adentro!" E viraram seus copos. Mary a outra menina assim como o Arcanjo havia terminado com o namorado recentemente, disse que tava doida de vontade de passar a mão em um dos gogoboys. "E pq não passa? Vamo lá que eu também vou tirar uma casquinha!"
Mais uma vez o Arcanjo resolveu partir pro ataque: Um cara um pouco mais maduro, descamisado, com um corpo muito bem definido, um rosto realmente bonito, e muito bem conservado pra idade que imaginava que pudesse ter. E mais uma vez, não foi muito bem sucedido. "Pelo menos a musica aqui tá ótima!" E voltou pra pista, tornando-se um com a batida da música eletrônica. Quase no final da balada, ao voltar do balcão, não encontrou mais nem a Rosa nem a Mari. Deu mais uma volta, e não conseguiu mais encontra-las. Voltou ao curral, nada das duas, mas do lado de fora um jovem o chamou a atenção: loiro, pele clara, olhos verdes, com a mesma altura q a sua, uma camisa branca lisa que marcava o contorno de um belo exemplar de tanquinho. Se aproximou, e pediu um cigarro. Pegou um pra si mesmo e outro pro rapaz, trouxe seu isqueiro, e depois que acenderam seus cigarros, o rapaz aproximou seu rosto com o do Arcanjo por cima da cerca, e disse em seu ouvido: "Car a, você é lindo!" Sem ao menos conseguir tempo pra responder, o Arcanjo sentiu o sabor dos lábios de sua nova companhia. "Cara, essa grade ja ta enchendo o saco... guenta mão 5 minutos que eu ja vou sair." "Beleza, to aqui te esperando então". Saiu, foi até o caixa, e mais surpreso do que o valor da sua comanda, seu dinheiro nao estava na carteira... Mas enfim... pelo menos foi só o dinheiro... todo o resto estava no mesmo lugar. Preocupações com o dinheiro agora nada significavam, era só passar em um caixa eletronico depois.
Encontrou com aquela escultura de mármore sentada na beira da calçada, e sentou-se. Falava sobre poesia, e o chamou pra seu carro, ligando um cd da Maria Bethânia "Isso é poesia" e seguiram em direção a lagoa da Pampulha. Encostaram o carro em um lugar mais tranquilo e deram continuidade ao que haviam começado em frente a boate. "Tira esse óculos... vc fica bem mais bonito sem eles." Disse o rapaz ao arcanjo, mais uma vez encostando seus lábios nos dele, desta vez com uma pitada maior de luxúria, se entregaram aos pecados da carne. Desceram com o carro até a lagoa propriamente dita, tomaram uma água de coco e se sentaram embaixo de uma árvore,acenderam mais um cigarro e conversaram sobre amenidades enquanto observavam o lindo dia que fazia.
Mais alguns minutos de conversa, e o rapaz o deixou próximo ao seu trabalho. Enquanto aguardava na fila do caixa eletrônico, seu celular toca, e o numero que chamava era de seu ex namorado. E isso o trouxe novamente a cozinha da casa, onde terminava de comer um pedaço de pão e um copo de coca cola terminando de contar o ocorrido.
E pensava enquanto dava sua última golada: "Arcanjo, ainda não sei quantos ossos você quebrou, quais as cicatrizes vão deixar marcas, nem se existem sequelas da sua queda, mas uma coisa eu tenho certeza: SIM, EU AINDA ESTOU VIVO!"

1 comentários:

glass disse...

é sempre bom ter a certeza de que se esta vivo , quanto tempo arcanjo vc esteve sumido , fico feliz em te ver de volta .

beijinhos glass

 
;